Blog da Liz de Sá Cavalcante

Reflexos do silêncio

Amor para o não ser silêncio. Silêncio é a afirmação de ser. O silêncio me adivinha. Não há silêncio na alma. A imensidão da alma é o seu silêncio. No silêncio ou sem silêncio, a alma é a mesma presença ausente, que renunciou sua presença na sua própria presença. Da liberdade nasce o nada, como se refletisse o silêncio na dança do vento que preencheu meu ser de amor. A dança do vento desaba no ruído, um som do nada. O som do nada afasta o silêncio do vazio. O vazio fica sem som, sem silêncio. O nada é vida sem a eternidade. A ausência de eternidade é por onde o sol nasce na sua eternidade. O silêncio é a súplica da eternidade dentro do ser. A vida, para a vida, não existe. Mas o silêncio da vida que escuto na hora de morrer. O silêncio é vida que não está na vida. Pelo silêncio, não posso me despedir da vida pela palavra. Me despeço da vida com a vida. O silêncio é o saber da vida, não é o saber do silêncio. A palavra, luz de silêncio. O silêncio é a compreensão da sua própria luz, por isso, a vida pode ser escuridão.