A morte é o espelho da alma, que danifica o ser que já apodreceu na falta de poesia, de sonho. Não sei em que estado ficou o sonho para ser sonhado. O sonho me dá medo. O céu não tem medo do mundo. Sonho com a eternidade. A decepção não se decepciona. A decepção não tem culpa. Traga-me o nada, como se fosse a minha ausência esse nada. Mergulho em mim pelo nada. O destino é contra a realidade num existir eterno sem plenitude. A imagem sem eternidade é vazia. Nesse momento, a eternidade não importa, tudo que quero é a imagem iluminando o meu olhar. Assim, mantenho a liberdade distante de mim por uma imagem. A imagem da morte cria novas imagens que embalam o céu e o faz esquecer as mortes, como se esquece alguém. Se o céu é esquecimento de Deus, imagine o que seja as lembranças de Deus. Deus, a infinitude das minhas lembranças. O separável de morrer se une à morte. O precipício não é o fim, não é amor. Tudo morre sem o fim.