Blog da Liz de Sá Cavalcante

Saber é suficiente?

O amor sempre viveu sem mim. Mas eu não vivo sem amor. A vida se foi num amor sem infinito que não senti nem em sonhos. Mas essa tranquilidade deve ser amor. Saber é um amor mais puro, real? Se eu morrer, nada perdi. A vida não quer ficar sem a morte. Tudo esqueço do que não perdi, por isso, não perdi a alma. A alma se pendurando em mim, ninguém a tira de mim. Há vida sem o amanhã: assim despertou meu sentimento por mim. Nunca havia me visto antes em mim, por mim. Fiz da alma desalento. Não me afeto de tristeza: eu sou a tristeza da vida. Ser a sucessora do meu amor não me agrada, nem eu posso substituir meu amor. Não sei onde estou quando amo. A vida é vivida aos poucos. Chorar deixa a alma seca, vazia, como se eu pudesse escutar o meu sofrer. O abismo sou eu em mim. Tenho que sofrer o insofrível, por isso, eu sorri como se algo existisse no meu sorrir. O ser se desenvolve a sorrir, nasce sorrindo como alma. Sou tão sincera que não consigo viver. Se a vida é uma mentira, o que é a verdade? A verdade é um engano, onde o ser sofre dele mesmo, em busca de uma verdade de que não seja meu próprio ser? O ser se fez em mim pela verdade do ser. O real é muito mais do que saber de mim.