Minhas lágrimas bordadas do céu. A vida existiu para que eu me encontrasse. Porque é difícil compartilhar a vida com os outros, comigo, com minha alma. O sol compôs a vida de amor, fez nascer o ser desse amor. Nascer é um não à vida. Um não de amor: nascer é perder a vida. Tudo quero ao morrer, nada quero em viver. Viver é como escolher a mim como um último suspirar, que se ouve do alto das montanhas, na surdez mais absoluta. Eu sei que suspirei para mim, sem pretensão de viver, quero apenas suspirar, como se eu fosse o mar retornando a Deus, onde não suspiro: eu sou eu. Eu, sem suspirar, sou amor. Assim, as minhas lágrimas limpam o azul do céu, da dor humana.