Blog da Liz de Sá Cavalcante

Cega de sofrer

Sou o que me falta, até que nada me baste para faltar. Tenho alma na falta de alma. Desafogar o que sinto com a alma. Não tenho forças para sofrer, ser quem sou. Tão poucas palavras numa vida tão profunda. Melhor não traduzir a vida no que sinto. As palavras erram, vacilam perante a vida. Lágrimas sopram a vida para longe sem serem sopradas como o vento que espalha amor. A morte silencia o vento. A noite me envolve em sonhos de morte. Não adianta esperar pela vida na cegueira de sofrer. Sofri, pois a vida exige o sofrer. Não hesito em escrever: é como ser triste por um sonho. E se o sonho cessar, o que fazer com a tristeza? Sou livre sem sonhar? Apenas o sonho nunca sonha.