A luz não é vida, não tem destino, não tem amor, apenas ilumina, como se pedíssemos para ser iluminados, mas nós nos acostumamos com a escuridão do mundo, que não é solitária, somente é só na luz. A luz apavora a alma. Deixa o olhar frágil, à mercê da imaginação. Deixo o olhar para o imaginar. O céu, reflexo da luz do imaginar do amor. Lembrar do abandono de viver, no amor que sinto, é nada mais lembrar. Lembrar, sem nada sentir, é como morre o amor. Você está dentro do meu fim. Assim, a luz descobriu que não é só, é uma luz cheia de alma, e nenhum amor, por isso, vê o seu silêncio sem esperança, sem luz. Meu olhar, sem ver, vê a luz da vida, silêncio que deixa a luz fraca, mas, sem a minha fragilidade. Nem o silêncio conhece nós duas. A luz, mundo desabitado, para o resto da minha vida. A luz dança em minha alma, como a alma nunca dançou para mim. Dançar, flutuar, amar é apenas o nascer da luz, ofuscando o nada. Percebo a luz em ausências cegas. Não posso expressar a luz, minha ausência, então lhe faço companhia e faço companhia ao meu olhar, tão distante de mim. Compus a luz com a poesia do meu amor. Amor, que estava morto, renasceu como luz.