Dá para esconder a plenitude no meu amor. No céu, o sol são fragmentos de luz onde a luz não existe. A inexistência é luz infinita, que tem fim com a existência. Deixei a existência no fim. Será isso o fim do fim? Que alma teria se a existência fosse possível? Teria alma de mar? Como o mar se tornou alma? Pela ausência do depois. A vida se perdeu na sua imagem como se pudesse ser a imagem de outro alguém. O ser para o nada é como o sol para a vida. Sem razões para sonhar, assim como o sol é o meu ficar. Sem o sol, o ficar é apenas eterno. O sol se fez sem existir como sol. Sua existência, vaga lembrança da incompreensão do mundo, por onde é possível viver. O mesmo sol que foi lembrança de tudo um dia, ficou no esquecimento da noite, sem nunca ser esquecido: esquece o mundo, a plenitude, o tempo, mas não se esquece de amanhecer. Posso amanhecer, seja onde for, desde que seja de sol.