O amor desconhece o que é ser em seu viver. Demorar em mim, solidão eterna, onde não há talvez, nem há depois. Apenas o tempo revela eternidades vazias, que rompem com o silêncio interior para sentir a noite a dormir comigo. O silêncio acolhe a alma em sonhos. O tempo são sonhos tirados de mim, como o silêncio que me emociona e sai de dentro de mim para a vida. Para ver a consciência é preciso estar inconsciente, como um resto de luz que se apaga. Crescer é saber usar a inconsciência. A vida é o começo de mim. A alma é diferente da consciência por morrer. A alma morre de si mesma sem prejudicar nada ao redor. Sem a consciência não existe mar, nem existe vida. A alma ameniza a morte com a falta de consciência. Minha ausência é um ser sem mim, mas não é outro ser, ainda sou eu, com ou sem ausência: o absoluto não existe.