A tristeza, a dor, é alívio para minha alma. Não consigo sofrer pela minha morte, não aceito morrer. Nem pela alma, nem por mim aceito morrer. Não posso justificar minha ausência pelo desejo de ser. Mesmo que o desejo seja ausente, é inconcebível desejar como desejo a ausência. A ausência é concebível sem a desejar. A ausência é até um olhar, uma atenção, desde que se manifeste ausente em sua atenção. A atenção é ausente de mim, é minha presença absoluta sem mim. Minha presença não é ausente, é o abandono da minha alma. O abandono da minha alma é o meu lado imperdível, como se fosse o sol pousando em minhas poesias. Poesia é o existir do sol, caminhando em nuvens de sonhos. O desejo de ser é a alma.