O mundo é o começo do nada, a vida é o fim do nada. Como abstrair o nada do nada? Respirar escorre lágrimas, no pulmão do mundo respirar, não acalenta a alma, nem percebo que tenho alma quando respiro. Algo leve se foi em respirar, para a alma ficar: o permanecer. Se foi como uma lágrima. O amor, nem em pensamento existe. A existência é um pensamento que se perdeu no nada. Tudo por um pensamento que me devolva a vida que não tive. O respirar é o inencontrável do meu ser. O mundo é o ar perfeito de Deus a fazer respirar, onde a dificuldade de viver acaba, cessa por dentro de mim. Ter o cessar em mim é pertencer ao infinito do cessar, não é o mesmo infinito de morrer. A vontade reconcilia o nada com o mundo. O momento de ser corpo é alma. Ninguém é o próprio corpo, o próprio nada. Falar com a alma é compreender a vida pela alma. A alma é um momento. A alma é o tempo e o espaço onde me encontro. Me encontrar é o fim do tempo, fim da alma. O fim inacabado, como um resto de céu, cresce o meu amor. Mesma alma, onde me perdi, me encontrou. Quando perdi a alma, o sol sorrindo para mim, parece até que não perdi a alma. Sei que possuo o sorrir do sol como sendo a falta de mim, que faz o sol amanhecer, para o fim do sonho do olhar. A falta do sentir é a permanência da alma que infesta o amor. Ser do amor não é o ser do ser. A violência contra o amor é amor. Para o amor é fácil amar, para a humanidade é difícil amar, pois a humanidade sente apenas ódio. Odiar é morrer. A alma não nos impede de existir, tira o ódio de nós. Matar é morrer da morte que causou. Da morte nasce a esperança de vida, nasce o amor.