O nada não tem esperança nem quer ter. Para o nada apenas ele existe, mas seu existir nada significa no nada que ele é. O ser é uma maneira de não ser, onde o nada desaparece, sem nunca ser o meu ser no não ser de mim. O ser é a dor do nada que esconde o mundo numa luz que não se apaga. O universo é escuridão que se vê sem o nada. O nada sufoca a escuridão, o nada é luz da escuridão. Não diferencio meu olhar da luz do nada, me aprofundo na luz do nada por essa luz, sinto toda a poesia de viver. Poesia é apenas luz inexistente de se saber ser poesia. A luz da poesia é o ser. A falta da poesia é poesia. O céu, inexistência da inexistência, não saiu de dentro de si mesmo: este foi o fim da vida, o começo do amor. Amor que não necessita da morte da vida, queria apenas amar.