Blog da Liz de Sá Cavalcante

Vida de sol

Vida de sol para uma tristeza infinita é triste sem tristeza, é como se eu deixasse de ser como um pássaro que não necessita de alma. Suspensa no ar, no amor, ela quis aparecer mesmo suspensa, mas em suspenso. Amei a alma não pela sua falta, mas pelo amor que ela me tem. A alma é irreal em si mesma. Por isso, não existe morte na alma. Então, o que morreu em mim? Vida de sol a escorrer da morte, sem certeza de morrer. O sol não se ilumina, ilumina a vida. A vida de sol é monótona amada por mim. Fluir como o sol sem a vida. O ficar, continuar no sol, reflete a paz, o silêncio das sombras é essa paz. Sol de palavras de vidas, de arrependimentos, de amor. Mesmo só no céu, o sol está comigo. Não há sol de esperança. Sol, se faça em mim, como o tocar da alma. A compreensão é como morrer, depois da compreensão, não há mais nada. Não há individualidade na compreensão. Se eu quiser ser apenas eu, a compreensão me deixará. O ser não compreende a própria essência. O tempo dura na tristeza. A morte morre e nasce sem palavras, mas o som da morte é o meu existir.