Blog da Liz de Sá Cavalcante

Morte pelas flores

Depois da ausência não há nem o nada para sentir. As ausências são flores, jardim da consciência, onde nada importa para a consciência. Por isso, a consciência e o amor não sentem a morte das flores. O sol brilha pela morte das flores, como se nele tivesse a existência de cada flor, de cada ausência. Falar de ausência é falar do todo, da essência das flores. Nada substitui as flores: lembrança eterna do depois. Na falta do silêncio, olho para as flores e tudo cria sentido, como se houvesse silêncio, mas não há silêncio. Há apenas a minha morte para haver o depois. Morte entre flores é melhor do que ressuscitar: fico entre flores e abraços.