Há dignidades que faltam na ausência, há dignidades que são ausências desnecessárias, não sonham o que é digno de sonhar. Há dignidades necessárias como se expor ao sonho, que, por mais distantes e estranhos que pareçam, são mais fáceis de sonhar. O sonho atravessa a eternidade. Dormir na eternidade dos teus sonhos é a vida que sonhei para mim e para ti, morte. A ausência de morrer é perfeita ao te sentir. Vivi teus sonhos, renunciei ser feliz por ti. Não suporto a alma, é um vazio sem mim, não tolero, não aceito. Na vida, não adianta me jogar inteira, ela me aceita, mas apenas pedaços de mim, leva consigo os pedaços que me fazem falta, que conseguia chamar de meus. Não são mais meus, são da vida, lhe dei com alegria. Talvez essa seja a dignidade em mim, que é amor. Minhas ausências mergulham em mortes recentes, como se pudessem voltar ao mar das afeições. Eu carrego comigo a dor do mar, não esqueço, me faz não morrer. Assim, levanto sem forças, desmorono, mas não desisto. Essa sede de viver é melhor do que água, do que a vida. Mesmo assim, morri ao sonhar com a vida. As vivências, tristezas eram apenas uma maneira de morrer.