A alma não é uma necessidade, não sou feliz na alma, mas a alma é feliz nela mesma. O sol desfaz a alma de alegrias. Nada cessa a distância de ser feliz. Estou aprisionada à alma por não ter alma. Nenhuma compreensão, apenas o silêncio da morte refazendo o tempo, revestindo o céu, até cobri-lo com um olhar. Preciso resistir para morrer na morte, na incerteza do céu por mim. Céu é vontade de ser no mar o meu sorrir, sem saber da realidade do meu sofrer. Posso chorar sem sofrer, como um mundo, uma vida dada a mim, escolhida pelo meu amor. Amor, traz vida para a morte. Se a alma não se compreende, ela é feliz. A alegria se pronuncia. É quando vejo a vida passar como um sorriso refeito de paz. Nas palavras me sinto em casa. Como não preciso ser, fiz do silêncio da morte minha espera. Por que nada vem dessa espera? Tudo me deixei sem esperar. Parei diante de um olhar perdido, vi nele a vida que não tive. Não há evidências que morri, deixei minha realidade na morte, assim, meu silêncio interior desaparece como alma, num amor infinito para a finitude do meu ser. Somente assim meu ser ecoa no silêncio. Faz-se ouvir no sempre, que cessa a vida. A vida cessou para existir.