Blog da Liz de Sá Cavalcante

O tremor da paz

Ficar um pouco é existir, permanecer, e é morrer. O tremor da paz é a escuta da alma, que me escuta sem mim. Paz, discordância entre as pessoas, união entre as almas. Eu? Estou isolada sem paz apenas por não te ter. Que alma se aflige no tremor da paz? Nenhuma! Nem as vivas, nem as mortas. Não posso compartilhar morte com a morte, mas posso dizer adeus à vida, neste sempre de mim. O infinito se perdeu em morrer. Existe infinito no fim. O não ser nasce do ser. O não não existe mais, existe o não ser como presença eterna de depois, que acaba antes do passado negar o não ser. Apenas o passado pode negar algo sem nunca ter sido. A presença é sem passado, a presença é o futuro. O que acontece sem presença não é ausente, é apenas sombra da ausência, vertigem do nada. Não há ser para o ser, não há ser para a ausência. Vivo apenas de ausências que são a falta que faz a imagem para existir ausências.