Tudo que é previsível torna um dia após o outro possível, intenso, como se fosse a última vez que eu visse o amanhecer com essa clareza de espírito, que diminui o óbvio, para nascer a incerteza da alma. Esqueço a alma ao sorrir. O vazio me une à lembrança do nada, que se mistura com minhas lembranças. O óbvio é relativo. Questiono o inquestionável pelo óbvio. O óbvio precisa ser falado, amado, preciso senti-lo até nascer a esperança, que faz cessar a vida. O difícil não é acordar numa vida de solidão, é dormir com meus próprios sonhos.