O ser não pode ser sua própria realidade, não sofre por sofrer, sofre pela resiliência, que nada suporta do seu ser. Serei este ser ou estou criando um ser dentro de mim. É insuportável ser, cuidar da vida, mas, ao cuidar do outro, deixo de lado o insuportável de ser. Palavras são gestos de vida, articulados na fala, com medo das palavras. A inexpressividade é a alma. Há almas que se desprendem da morte. Apenas a morte conhece tanto a alma, que pode deixá-la com uma alegria de quem amou um dia, um amor de morte, mas é amor, incapaz de raciocinar por mim. Eu não escolho palavras como quem escolhe um filho. Quero, ao menos, sofrer em paz, como o canto dos pássaros.