O olhar no olhar, do silêncio de depois, é puro ser, que silencia o nada do nada. O mar se preenche no silêncio da falta de ser, mistura-se com o murmúrio da ausência em palavras. O olhar desaparece no mar, a vida desaparece no mar, o ser não desaparece, aparece ainda mais. A ausência é essencial ao amor. Não há amor sem o silêncio da vida. É o silêncio da vida que me ensina a amar. Dormi no som do silêncio, deixando a vida escapar. Minha voz se perdeu no infinito sem fim, sem som, nem silêncio, apenas a perda de nós, e minha capacidade de amar, fluindo num silêncio sem fim, do esquecimento do fim, que fala mais do que qualquer palavra, é quando sei que é o fim.