As palavras não deixam a morte falar com amor. Ficar nas palavras, morrendo, deixando de amar, é o único amor possível. A falta de mundo me devolve o mundo. Mundo, que não sofreu sem o mundo. Escuto o silenciar na morte das palavras, ditas como morte. O isolamento da alma é o amor, onde escutar é apenas ter alma. Não há o escutar da sua ausência, mas ainda há você para o mundo. Há tantas coisas a escutar, que podem ser a presença de tudo. Não me incomodo com o meu silêncio de existir ao falar. Incomodo-me de a fala, de tão escutada, esquecer o que a silencia. A fala e o silêncio precisam estar unidos, mesmo sem mim. Eu não sou a única fala, o único silenciar, por isso posso morrer em paz.