A alma, momento que não devia existir, existe como amar, viver, onde a alma não são pedras. Lembro-me da alma ao lembrar-me de ti. Os momentos prolongam o nada, ele é infinito. O fim do nada não está na alma, está no ser. Não há nada para o nada, o além é o nada sem o nada. O nada veio até mim, para eu não estar nele, num amor que não desaparece em ausências. A maneira de me sentir ausente faz com que eu apareça. O instante não foi perdido porque desapareceu. Os momentos foram perdidos em não desaparecerem. Tudo foi perdido, como canções que não se escutam. O céu se escuta cantando o céu. O escutar, distante do céu, é o desespero, sem a solidão de viver. Eu sou o céu por imaginá-lo. A sombra do adeus se fez sol, como sendo o que falta em mim no céu. Nada me impede de dizer adeus.