A voz da ausência não fica muda na presença. Mesmo sem vida, dei-te vida, alegria. Converso com a minha voz de ausência, não me deixa ausente de mim. Meu amor é a minha voz, sem necessitar do infinito. O sonho me abraça, perco a voz de emoção. A ausência é a lembrança mais perfeita, real, eterna em mim. A eternidade deixa de ser eterna pela eternidade da ausência, que trouxe a noite para os meus sonhos, pela insônia de viver, torna a noite mais linda, agradável, acolhedora. Não durmo pela noite, durmo por mim, para resgatar meus sonhos, sendo feliz. A alegria não é um sonho, a alegria não me faz sonhar, ser feliz. Sou feliz sem alegria, é como conhecer o céu viva. Eu invadi o céu com minhas poesias, nunca mais o céu deixou de amar, de falar. Nunca mais haverá silêncio no céu. Apenas o céu fará da poesia sua eternidade. A eternidade é pouco para a poesia, para escrever. Minhas mãos são a alma da vida a florescer no meu corpo. Sem poesia, refaço a vida, sem eternidade. A eternidade é a minha alma, solta no mar, desaguando o nada de si mesma. Há mais mar do que vida, por isso não demora.