Blog da Liz de Sá Cavalcante

Fatalidade

Pobres versos, meus versos não transcendem, voam sem asas, sem ser livres. Restos de mim se tornaram solidão, sem poesia, por isso são poesia. Tudo se diz num adeus. O adeus me escuta sem solidão. Não dou esperança ao adeus de ser o seu adeus. A solidão da alma é a minha falta de adeus. O adeus de um sonho ainda me faz sonhar pelo seu adeus. Não há adeus sem sonho. Tudo floresce sem a esperança. A alma é tão pequena, frágil, que nunca se perderá. Dou conta da esperança de ter alma, mas não dou conta da alma. No sonho, a alma é o universo. Ouvir minha voz me ajuda a viver, é como um silêncio infinito de voz, que precisa nascer, como o mundo e a vida nasceram. Nasci da minha voz, emprestada da vida, da dor. A dor é inalcançável, não há sofrer em falar. Por isso, eu falo. Mesmo que ninguém escute, eu me escuto.