Vejo a morte até quando respiro. Para mim, não ver a morte é morrer. Fazer o desenho do nada é desfigurar o rosto do nada. Entregar o nada à morte é tornar sua imagem eterna, sem a morte. O vício de morrer é o destino. Não tenho lembrança da alma, sinto a alma da mesma forma que pego o sol nas minhas mãos. E a poesia não é mais urgente em mim. Perdi a poesia, não recuperei meu ser por isso. Eu nasci apenas para sentir o sol nas mãos. Ver a morte tornou-se real. Morri apertando o sol nos meus dedos frágeis.