O desespero de si mesmo, como um sol ensurdecedor de luz. A paz é um adeus ao céu, ao vivido, que não pode ser, nunca será. Uni-me a mim sem o adeus do céu. Vivo pelo céu o que não vivi na vida. Beijo o céu, única coisa que precisa ser vivida por mim. A carência do céu sou eu. O céu também precisa de mim, de poesia. A poesia embala o céu para ele descansar. Descansa, céu, nas minhas palavras, no meu amor, que precisam de ti, de Deus. Vejo a vida como um futuro distante, inacessível. Alegria, fiz do céu a tua luz. Luz que queria presa a mim. A luz não se aprisiona, é mais fácil ela se refletir no nada. A luz é o sofrer eterno. O ser não pode se ver antes de morrer. Eu morri, como um olhar livre, puro, confiando na vida, que morri por algum motivo. Morrer faz parte de querer viver. Viver é a frieza do mundo. Ninguém sente a vida, há apenas a frieza do mundo, que se confunde com a vida.