Deixo minha emoção para a morte, que é subjetiva a mim. O deslizar sem emoção tornou-se um mar de amor onde perco a mim, para não perder essa falta de emoção, de amor. Se perco, é porque tenho algo, alguém, que precisa estar perdida: assim, faço uma catarse na alma. A alma não acolhe com abraços, suas palavras vão além de um abraço, além de ser. Minhas palavras se explicam, as palavras da alma amam tudo que se diz sem palavras, isola o abraço do amor pelo chorar. O sofrer parece eterno, como uma folha que cai da árvore. O sono de viver torna a presença possível, como se fosse o último sol a clarear meu coração com gotas de amor. O reconhecimento, a clausura, é a catarse da alma, isenta do ser. Há tantos abraços que poderiam ser o amor. Tive que me adivinhar sem amor. Estou emendada na morte, como sendo algo superior e até irrecuperável. Não recuperei a morte, mas recuperei a paz, que existe sem morte, foi como ver a luz do amanhã.