Renasci, o avesso da vida não é a morte, é o ser, por onde renasci. A alegria não nasce, ela renasce no anoitecer dos sonhos, onde o amor é essa alegria, que, toda a vida, é esse dormir e esse despertar. Queria que a alegria despertasse em alguém, não em si mesma. A realidade aprisiona o sonho o amando. Ela sonha aprisionada também. Esse renascer interior é perceptível no amor. Não sei como a alma se percebe amor por apenas viver. A responsabilidade da vida com o amor é a sua maior verdade. A alma preenche o vazio deixado pelo nada. Como viveria sem o nada que me consola? Por isso, resta-me apenas renascer, como se minhas palavras e meu amor nunca tivessem existido, como se eu não fosse um ser, como se eu fosse a eternidade do renascer eterno. Tudo nasce no renascer do nada: é o retorno da inexistência que brilha nos meus olhos. Minha alma transcende o olhar, faz ele ver coisas únicas, inacreditáveis, tão raras, mas esquecíveis: a vida. Ela é algo que não dou conta de viver. Viver é ter que me dividir com o resto do mundo, eu queria a vida toda para eu ser amada. As pessoas são parte de uma vida perdida, esquecida. Mas não sou como uma ilha, sou como o mar.