A morte é um amor universal, penso estar em cada um a minha vida, menos em mim! O amor é individual, mesmo sendo universal. A lembrança é o desaparecer do amor. Tudo desaparece no amor, até que a lembrança não seja uma forma de amar. A lembrança do amor está na minha alma. Alma, conforme-se de ser apenas uma lembrança, mais esquecida do que o esquecimento. Para esquecer, não é preciso ter lembrança, é preciso ter amor. Esqueci a vida, para não deixar de amá-la. O mundo são sensações perdidas, sem lembranças. Lembranças são tristezas nunca sentidas. Meu olhar é a minha morte sem a minha sombra. Morri, sendo a sombra de outro alguém. Inventei algo fictício, que não seja sombra, embora nunca possa ser um ser. A vida não é para sempre, o ser é para sempre, continua sendo até depois de morto. E assim a vida se reconcilia com o nada, num novo amanhecer. Este é o amor universal: o amanhecer, que une o amor, as pessoas, que refaz o nada no amor. Amadurecer é aceitar o amor que sinto e que sou amada, não pensar no fim. Fazer do fim apenas um detalhe do amor e amar, amar, amar…