Minha alma não está completa, mas não precisa de ajuda, eu posso ainda me contorcer de dor, sozinha, sem a falta do teu abraço, do teu amor! Eu amei sozinha. Tu, por que não me amas?! A aparência do mundo não é o mundo, mesmo assim me sinto acolhida pela aparência do mundo, como se fosse o mundo! A aparência do mundo se perde na imagem do mundo! A vida morre para salvar o mundo! O adeus não acaba, o para sempre sempre acaba. O para sempre acaba, como se o infinito fosse todo seu e de ninguém mais! O infinito não é o fim, é promessa de vida na minha alma, no meu ser! Quando o sol voltar por esquecer a vida, serei como o sol que desponta no amanhecer! Não dou a mesma liberdade à alma que dou à vida. Não há aparato externo para a vida, ela está completamente exposta a mim! Expôs-se tanto, que não sei mais o que é viver! A separação é a única realidade que tive em vida, por isso não consigo me separar da separação, eu a necessito, para que a pior dor, agonia, venha se abater em mim! A consciência é um esquecimento profundo, de onde nasce a alma, como incerteza absoluta de que eu existo! Mas quando o coração da alma bate, o meu bate também, somos nós dois corações aprisionados no sentir! Não sentir é sentir em demasia o que não sou! O que não sou me deixa livre para ser o que sou, que não é o que há em mim! A morte não sacia a vida, a alma sacia o meu ser, que cessa para sentir a morte. Se eu tivesse uma realidade, não ia querer que ela fosse alma. Alma sem perder o ser é morrer! Faz-me morrer sem mim numa única atitude de te ter, a continuidade da alma: é o ser! Não sei o que é falar, comunicar, amar, conviver. Vivo dentro da alma, não quero sair!