Blog da Liz de Sá Cavalcante

Não sei se sou eu que escrevo pela poesia ou é ela que escreve por mim

Não sou só, tenho o meu amor. Estou feliz, como se o céu existisse por minha causa, e eu abraçasse o céu, com ele querendo ser abraçado por mim. O céu não vive, por isso é poesia; tento escrever, como se eu fosse o céu. A alma que vai e a que fica são a mesma alma, vivendo dois momentos diferentes para continuar a existir. Permanecer é me afastar da alma, da poesia, que me deram a vida, para sonhar de verdade. A poesia não pode ser meus sonhos, mesmo assim sonho. É quando escrevo pela poesia, e ela escreve por mim, é como se a história da poesia fosse eu, e a minha história fosse a poesia. Temos muito o que compartilhar, conhecemos o outro em nós, mas não conhecemos a nós mesmas. Esta é a história da poesia e o seu fim, é eu me conhecer e a poesia se conhecer, para ficarmos juntas neste inseparável de nós duas.