Não é porque nada me acontece que o amor não acontece, que sou vazia, sou vazia: é minha essência. Não deixei espaço para mim no vazio, morrer, comigo sendo o infinito do vazio. A tristeza da ausência é o ser, mas o ser é feliz com a ausência. Tudo é permitido na ausência, para se ausentar é preciso existir presença. Como a presença se tornou ausência? Pela luz do meu interior. Quando a falta era ausência, tudo era acessível. Não sei mais definir minha ausência dentro de mim. A ausência é a realidade feliz, é como voltar a ver, com olhos inocentes de tanto ver, de tanta ausência. Por que ser eu é tão vazio? Eu sei responder a mim: é que estou vivendo!