Sou feliz, como se o tempo existisse. Conheço o tempo sem o tempo? O tempo não é um adeus, é a continuação do nada, que não me deixa morrer. A existência é um tempo de vida, que não está perdido em morrer. Nada se perde ao morrer, o tempo se multiplica por sensações que o amor da vida não pode me dar. Ficou do tempo a minha essência, que é eternidade do tempo. A alma tem algo a mais, que a vida não tem: consegue captar a ausência de Deus, como sendo Deus. Deus é presença na alma. Minha presença não pode ser Deus, não consigo captar minha ausência, quanto mais a ausência de Deus, que me tornaria eterna de ausências, de amor. Deus, não tenho tua ausência, plenitude, mas te amo mais do que a mim. Mesmo se Deus não existe, eu existo para Ele, pela divindade da solidão. Se a solidão é divina, Deus existe. A solidão é mais do que Deus, é a essência de Deus. A solidão não me torna só.