O amor não é o mesmo sem a morte. Se a alma fosse apenas corpo, ainda seria alma. O amor existe como vida? Morrer é dar razão a mim mesma, no que já aconteceu, e fazer do que já aconteceu uma razão para morrer sem a minha razão de ser. Morrer é o significado do nada, nunca da vida. A razão é uma lembrança, que a lembrança desconhece. A lembrança precisa ter uma razão para existir? O ser existe na lembrança ou existe exterior a ela? O que falta na lembrança para ela ser amor? A lembrança pode amar, viver sem o ser? Como lembrar de morrer se a morte é esquecimento eterno de mim? Esquecer é ser livre. Ser é uma esperança despedaçada, no infinito de mim, por isso ainda é esperança. Mas será a mesma esperança viver? Por que viver tem que ter esperança? Para afastar a minha alma do pensamento. Quando o pensar é alma, é porque morri. A cura é um vazio, onde estou na minha alma, apenas por um vazio de ser. Nada é mais vazio do que a falta de morrer.