A permanência não faz falta na presença. A presença é perder o amor para a vida. Amor é o que faz a vida acontecer, sem a saudade de ser. O interminável acaba pelo infinito, onde o interminável era o sonho, o ar, a vida, nunca o ser. A vida pode começar pelo seu fim. Sem morte, sem adeus, há apenas tua ausência, vida, pela falta que ficou o morrer em ti. Nada mais morreu, mas de repente tudo se foi sem morrer, como se pudesse ser a presença de algo. Algo não é presença para o nada, por isso o nada se foi em algo, e a morte, abandonada, chorou uma presença antiga: a de te ver, vida, ao menos a morte te vê vida, que o sempre esteja em ti, vida, nem que seja como morte sem sombra do adeus. A única despedida foi a de sofrer! Presença e ausência são o mesmo olhar, o mesmo amor, que damos à vida. O amor ausente é maior, ele renasce, como minha morte, como sendo o amor por mim mesma: morrer, morrer…