Deixo de falar, quando o amor fala mais alto que a minha voz. O que há de essencial em dizer, se posso amar, viver. É por nada ser importante, que é importante em mim, mesmo sem nada dizer. A fala é essencial a esse mundo imutável, para que o mundo não se transforme no nada da vida. Esquecer é se comunicar com a vida, no antes e no depois de esquecer. A vida não existia. O tempo da vida é o esquecimento. É vital esquecer como se vive. As coisas essenciais ficam pra depois, apenas o supérfluo importa, é inesquecível. O que importa ter um corpo sem amor? Não sou testemunha da minha ausência, mas sou testemunha da alegria, do amor que ela me dá. É voluntário ser ausente. Não sei o que deixei de involuntário na ausência, talvez tenha deixado o meu coração sem amor.