Blog da Liz de Sá Cavalcante

Queria que a vida me abraçasse, ao menos uma única vez, como abraça o nada

O amor, espere minha morte, como se a vida pudesse me abraçar, como abraça o nada. A plenitude busca uma plenitude exterior a ela. Amar sem o tempo é o mundo, a vida, o céu, as estrelas, que não percebem que brilham, realçam o nada, o tornam magnífico. O que pensar sobre o pensamento? Que ele é uma estrela distante do céu, me une a mim? Mas, como é essa união? De céu? De estrelas? Ou é apenas um precipício amigável? Agir no pensar me tira o chão, me conecta como se eu voasse no meu imaginar. Imaginar não é real nem para o que eu imagino. Para ser, não preciso me imaginar, mas esse imaginar é uma maneira de imaginar o meu sentir, sentindo-o. A alma não cria, ela é o limite de criar, que estabelece o real na realidade. É possível sonhar com o real? O real não é o fim do sonho, é outro sonho, que consigo sonhar só, pela alma, pelo amor que me faz sentir que tudo é perfeito, até o sol desaparecer nas nuvens e eu notar minha imperfeição. Minha imperfeição é perfeita.