Blog da Liz de Sá Cavalcante

Tudo pelo nada

Nada perdi do que foi perda. O que é perdido, posso recuperar, o que tenho é a ilusão de ter. O nada não esvazia o amor, por mais perdido que o amor seja, ele pode ser apenas o que é. Tudo faltou ao amor para ser, mas ele é. Esse é é um vazio sem vazio. O infinito não é vazio, mas ele é infinito sem o vazio. No vazio, ele é o fim do vazio. A criatividade do infinito é o fim do infinito, que não é espontâneo, não sabe criar a vida do seu infinito. A vida é o infinito de mim, sem morte, sem o fim de ser só. Ser só é o infinito que o amor não tem. Ser só não é solidão, é viver.