Blog da Liz de Sá Cavalcante

Presença do mundo

O olhar não torna as coisas reais, as coisas, o ser, tornam as coisas tão reais que eu não as vejo: essa é a presença do mundo. A ausência é o refúgio da alma. O que é mais infinito, a vida, o amor ou dizer te amo? O infinito é o espaço vazio, que nunca é preenchido. A alma não sorri nunca, mas, quando o mar é envolvido por suas ondas, minha alma começa a sorrir. Ser ou não ser não depende do querer, depende do céu, das estrelas, que navegam em meu amor. A presença do mundo é quando, em meio a tantas lágrimas, senti apenas essa no meu rosto, como presença do mundo. O interior é o esquecer que me emociona. Para esquecer, é preciso ter vivido algo, que ficou no esquecer, como sendo vida. A presença do mundo contribui para esquecer. A fala vai além do esquecimento, além da lembrança. A fala é o amor infinito. O infinito está expandindo o esquecimento. Nada ficou no esquecimento, nem o próprio esquecimento. Apenas o esquecer traduz a lembrança. É no esquecimento que fica o que há de especial em lembrar. A mente não descansa, seja no esquecimento ou na lembrança. Minha mente descansa e se refaz na saudade de viver, que é o que há de sublime na saudade e no esquecimento. Pensar no esquecimento é tentar perdoar o amor de não me amar. O amor ama apenas a lembrança e o esquecimento, mas, mesmo assim, o amo, é meu único sentir, é a minha vida, que vivi longe da lembrança e do esquecimento. Eu estou viva por te perder? Perda é amor, que prefiro silenciar por dentro de mim!