Blog da Liz de Sá Cavalcante

Melancolia

Alegria, morreste para mim, por ficar comigo. A alma está quieta, só, tornou-se sol, onde sua solidão é apenas melancolia. O que conheço da alma é o amor. Me conheço pela alma. Estou vendo a vida em mim. A monotonia da alma torna minha vida intensa. Morte, faz da minha voz tua voz, neste falar de mim. O mundo não existe na razão. A vida é razão do mundo. Um olhar de luz, no meio do nada. Sorrir é deixar minhas cinzas serem meu único pensar. Pensar só é deixar minhas cinzas voarem, distantes de mim, no soprar do vento, que me une ao nada. O nada é o instante, em que amar não adianta. Minhas mãos nas tuas mãos, é por onde não vejo o céu, não sinto mais meu corpo, meu corpo não era minha vida, era apenas um consolo infeliz. Morte crua como a alma, despida como a alma. Separar é unir mais ainda o que está unido, que não precisa se separar para unir. Qualquer coisa serve para chorar, nem tudo serve para amar. Meu corpo é apenas a ponte que me levou à vida. Pareço seguir qualquer coisa sem destino, pois essa coisa se encontrou em mim. Talvez seja alegria. A alegria é a necessidade de me perder, sem interromper as ondas do mar na minha emoção. Não dá para a alma ficar na alma de si mesma. A alma sinto de longe, quando ela se desprende de mim. Corpo, sensação que não se sente na alma. A alma tem que deixar saudade no ser, por mais que machuque, me torna humana. Tão humana, que não posso me separar da alma, mesmo que ela nada signifique, fez toda a diferença. Uma única alma não é bastante para viver. Tenho muitas almas e nenhuma tristeza. Quando penso que estou triste, é apenas a vida a acontecer para mim.