A vida do nada é o amor que eu sinto sem mim. O vazio e o amor se misturam para nascer a lembrança, assim como nasce o ser. O amor será lembrado como lembrança, não como amor. Escrevo pela proximidade de ser alguém nestas palavras, que nem sei o que são pra mim. A vida do nada é sem palavras, significa mais do que qualquer palavra, do que qualquer adeus. Minha vida é o que escrevo, não sei se é poesia, mas é o meu amor. Tudo que passei para escrever, deixei de lado meu emocional, a minha identidade, para escrever com alma. Tento fazer minhas palavras a alma, o sonho de outro alguém. Sentir para não escrever, confinar a alma, fazê-la sofrer no sentir, até abandoná-la no sentir de ser alguém. Esse abandono é mais do que escrever, é essência da alma. Apenas assim, estou livre para me sentir como me sinto. Me sinto o que não pude ser, o que nunca vou escrever em mim. A poesia não espera por mim, eu esperei por ela a vida toda, agora a incorporei em mim, não sei o que fazer comigo. Sempre fui o amor, o sonho, a poesia de outro alguém, nunca fui poesia para mim. Mas, a poesia quis ser minha, de um amor que nunca teve por mais ninguém. Sou tão feliz quanto a poesia. Não sei amar sem poesia, antes eu não amava, não tinha a poesia dentro de mim, onde falo o que sinto apenas pra mim. A poesia se torna mais forte com a minha voz dentro dela. Esqueço o infinito do meu ser, pela divindade do amor.