A morte do desaparecer aparece apenas por dentro de mim. Por isso, não se parece com o que é, mesmo assim, sei o que é a vida. A vida é uma lembrança que cessa, antes de acontecer, por isso é eterna. Nada se faz eterno na eternidade. A falta de consciência é o amor. A consciência do amor é o ser. Quando não há mais nada no amor, o ser, enfim, significa algo em si. Dei para a alma minha falta de imagem, que lhe serve como sendo sua imagem. A imagem é o amor, de quem a imagina, antes de ela existir. Nunca duvidei que a imagem da vida é a alma. A alma, quando deixa sua imagem, nunca mais se abandona. Eu queria viver o abandono da imagem da vida, sem a alma. A falta que me faz ter alma me faz visualizar a perda da imagem da vida, como um olhar interior. Fiz da imagem a ficção do meu olhar exterior, meu olhar interior. O interior da alma é desaparecer, como o exterior da alma, onde a lembrança do olhar se faz olhar, mais do que o olhar. Entre tantas lembranças, me fiz só. A alma se fez em mim, sem me dar a mim. A morte não desaparece, na morte do desaparecer. Tudo é apenas palavras, que falam no desaparecer, de forma única, singular, onde vejo através de mim, sem ver a vida para ver. Ver tristeza sem alma.