Blog da Liz de Sá Cavalcante

Livre da liberdade

A diferença do amor para a vida é o ser, que torna tudo diferente, como se o ser estivesse livre da liberdade. Livre da liberdade, a vida se fez, sem receios, sem medo, sem a liberdade clandestina do olhar, esclarece o nada da vida, como se a vida fosse apenas onde termina o ser. Se a vida for sempre este agora, que será da vida? Como esconder a vida do nada, se o nada é a vida? As lágrimas cessam a vida. Mas, a vida não cessa as lágrimas. Não há liberdade, que se faça olhar mais do que um olhar puro, sem liberdade, sem nada, mas não está absorvido no vazio, vê o que ninguém vê. Vê tanto, que morre pelo amor do que pode ver, até não ver mais. Transcende no que não vê, desaparece apenas em si mesmo, todos o veem, como se tivesse ainda alma. Apenas pela alma se pode ver, a transcendência do nada, que desfaz a alma, num amor sem fim, que é a própria alma sem a alma. A alma não é a única maneira de ser. Se viver sem alma, descobrir o infinito em mim. Abandonar o amor, o olhar, por um amor maior, puro, intenso, que possa sossegar a alma de existir, de viver por mim.