O adeus é sem nó. É difícil desatar. O nó humano, da fragilidade. Quero me libertar do nada, com a vida, com o nó humano! Que ele não seja apenas um nó, seja uma forma de manter todos juntos, pelo que nos uniu: a dificuldade de desatar o nó, de me livrar da dor, que une. Nada faltará à dor, por isso me desapego da dor! Debilitar a dor, como se não houvesse essa união na dor! A alma acaba com toda união, separa o inseparável de mim! O que ficará no lugar da morte? O ser? A solidão? Ambos disputam esse lugar, mas a vida é única para a morte, como se nada substituísse a morte! Quanta morte num único ser, num único sentir: o de viver! O infinito do olhar é o fim do amor! Preciso continuar sem a vida, sem amor, ao menos tenho a poesia em mim! O amor não precisa acabar apenas porque não existe! Há tantas coisas inexistentes, que são infinitas! Eu não sou o que vejo. Preciso ser verdadeira com a morte: não quero morrer! Sinto que preciso viver, para esquecer a dor! Quando o que vivo está dentro do que sou, me sinto feliz, como se a vida e eu fôssemos a mesma coisa. Fomos separadas pela existência, que não existe mais, ela é apenas o que nos separou para nos unir! Da união, se tem a esperança, que vidas melhores virão! Para olhar eu despreocupada, como se eu já esperasse vidas melhores! Nada deixo na vida, mas fico com ela, como se isso fosse reviver meu eu em mim! Deixando as histórias na vida, para que elas sejam essenciais. Viver histórias é como olhar o mar e me achar. Gosto de escrever quando a razão me supera, ela não pode sentir! Se ser diminuída for sentir, quero ser cada vez menos por sentir! Não necessito ser percebida, mas que sintam meu amor, mesmo sem saberem que nesse amor há um ser! O sentir não me faz agir, o amor é ação, onde se aprende a viver. Não preciso sofrer a dor, assume a minha dor como sendo sua. Ela é ainda mais perfeita, resplandecente por isso. Ausentar o amor do amor é ter certeza do amanhã, que o amor renascerá, sem perder nada do antigo amor! O amor por viver é o amor comum! Quem ama e pensa apenas no amor tem o amor pleno de ser! O amor não envelhece, eu envelheço, me desgasto por amor. Meu ser quer viver solidão infinita, para não perder o amor. O tempo inspira a solidão, para ela ser o tempo que faltava em minha vida! Nada no amor se justifica, tudo se resolve pela solidão! Pela solidão, meus pensamentos são somente meus, assim como o meu corpo é da alma, nunca é meus pensamentos! São amores perdidos, por isso ainda penso, reinvento-me até sem amor. Esconder o mal não é fazer o bem. Tudo é um mistério, que se explica com amor. Sinto o amor na sua ausência. É a única maneira de amar, é ser ausente de tudo, até de mim, para que eu até respire amor! O amor é ausência, por onde o ser se percebe, sem nada ter feito por si, pelo mundo, pela vida. Apenas sei amar! Nada foi esquecido na vida sem o amor. Amar é esquecer. O esquecer é uma ternura, que o amor não tem! O amor não faz falta. Quando eu me percebo, nem eu importa, importa a percepção que tenho de mim!