O espaço, o tempo não pode ser a vida de alguém, mas pode ser alguém em mim, onde o ninguém é possível. O céu se emociona, como se não fosse viver por mim, eu viverei por ele, no esplendor do nada. O esplendor do nada, tão sagrado como o sol, a chuva, o vento. Me traz minha alma, pelo teu amor, vida, e prometo que serei feliz, pois, vida, me deste minha alma, num abraço fiel. Faltou-me coragem, para me apropriar da alma; mesmo assim, ela é minha. A coragem aflita tornou-se o sol, a fé da cegueira. Tudo que não sei existe, como saber? Sei somente sobre o que não existe. Nasci, como se eu fosse a existência do nada, na inexistência da vida. Alegria é respirar, com medo do ar. Não sou meu próprio ar. Desliza o ar nos meus pulmões sonhadores. Respiro o respirar em mim. Um dia, meu respirar se torna vida. Nada respirei só, tive a ajuda do mundo para respirar pela vida, o que me faltou respirar por mim. Respirar, como se a alma fosse meu respirar. Respirar sem alma é o mesmo que não respirar. Deixe-me só por respirar sem alma. Quem sabe eu encontre algo melhor do que a alma, do que respirar. Encontrei algo muito melhor: a solidão infinita do amor. Para ser só, não preciso viver, ser. Necessito apenas ser só!