O amor é a memória do ser, por isso o ser é o que é. O ser não é ele mesmo, nem mesmo no amor que pensa sentir. O amor se lembra mais do ser, do que do amor do ser. Nada falta do amor na presença do sol. A imaginação tornou-se morte. Eu preciso me imaginar morrer para morrer. A imaginação não preenche o real, o real se preenche no real. A alma são duas pessoas, que se separam para sempre, para viverem. A liberdade é a atenção que dou à vida. Já perdi a vida, por isso ela ficou perto de mim, assim como o sol necessita do céu e o mundo da Natureza. O sol ama o céu, apesar da distância, do abismo que há entre os dois. O abismo é o único amor possível do sol, que derrete a chuva em emoções de fogo e ar. O céu pode esperar por um momento de vida apenas meu. Se algo me surge como amor, numa vida inexistente, é porque não há mais sonhos. O envolvimento com o sonho não é sonhar. Sonhar é amor, onde nenhum envolvimento alcança. Aprendi a não me envolver comigo. Para não me amar, deixei de morrer. O silêncio da vida é minha voz dizendo para viver. Nada pode ter acontecido à alma no viver. A vida é o que nunca viverei, pois amo. Vi a vida nos meus sonhos. Um pouco de vida já é o suficiente para eu viver!