A vontade é a negação, falta de viver. A vontade esfarela como papel, para dar lugar ao amor. Abraçar sem corpo, sem alma, sem me parecer com nada, apenas abraço a sombra desse adeus, como se fosse esse adeus! Mas o adeus não volta, não me quer, nem mesmo pelo vazio de mim! Daria minha vida para sentir que a solidão é somente minha! Eu e a vida temos mundos diferentes que habitam a mesma alma, dentro de nós duas! Escrevo para a morte isenta de mim. Mas ela sou eu! Meus pensamentos são mortes que surgem por dentro de mim, onde vou indo para a morte: minha cura, acalento! A morte de ontem não importa mais, morrendo mais a cada dia, esqueço que já morri ontem! Nada falta para esquecer, posso morrer na paz do meu esquecimento! Minha única lembrança é morrer! Quero morrer sem a falta que você me faz! Preciso morrer para provar que te amo?! As portas se fecham, e a vida sem portas, separações, se abre para mim! As lacunas são portas, abertas, por onde sinto o desprezo, a nostalgia, como se não existissem portas para abrir. As portas não contêm a imagem de viver, que é diferente da imagem da vida! Quando me amo, me sinto menos só, como se o silêncio da vida fosse a imagem da vida! Sair de mim, me dar a você em mim, são lembranças da vida: sufocam, sua imagem e a saudade que tenho de ti. Tudo agora são cinzas de um vazio infinito, que embeleza o amor, de tão sofrido! O luto da saudade me torna quem sou! Sou a imagem da minha vida, em poesias desencontradas pela alma. Mas a alma não está perdida, ela sabe o que quer: a poesia no amanhã, que não tem fim! Não existe defesa contra o amor, o amor é maravilhoso e sempre será a poesia de alguém, que se descobriu feliz em amar!