A imensidão sem o vazio não é poesia. É a alegria que define a falta. Sinto falta de mim ao ficar comigo. O silêncio é a falta do que não existe, para poder suspirar palavras. Não há transcendência na ausência, mas a ausência se realiza na transcendência. Não sou minhas faltas, mas faço falta às minhas faltas! Como faltar a mim, se sou a falta de mim? Não quero viver o que dê para viver, quero que a vida seja para viver. O ser é um intruso para a minha consciência, para minhas faltas. Não há faltas na solidão. O preenchimento se preenche só, sem solidão, sem o suspirar da falta do acontecer. Nada acontece sem o teu acontecer. O acontecer não acontece sem o sempre. Nada acontece, por sempre existir.