O despertar é o nada, é o sol, é apenas a falta de abandono, alma de ventania. As decepções se unem, sem partir meu coração de dor. Se vive dormindo ou acordada, sendo ou não sendo um ser. Dormir não me torna menos ausente, apenas mais infeliz. A alma é o sangue vivo, para morrer como ser, para eu continuar a dormir meus sonhos, semiadormecidos por morrer, eternamente dormindo em viver. Partir no despertar, livre, no silêncio de quem dorme com minha alma dentro de ti, onde o sonho é descoberto como amor, mesmo sem minha alma na tua, e a tua na minha. Sou apenas eu em mim, a viver essa solidão infinita, pelo desprendimento do meu ser, fui feita para mim e morrerei apenas para mim também. Da minha morte, restará o silêncio, onde não há o que fazer, pois não dá para calar o que sinto. Pareço falar pelo meu amor, que sempre será a vida que não tive e nunca terei, talvez seja melhor assim: que ainda apenas eu sinta o meu silêncio de morrer, onde cessa o mar. As entranhas da vida eram apenas morte, sem o consolo da dor, de chorar, como se acontecesse agora, sem o desgaste do tempo, aliviando a minha morte, da presença humana. Deixa o tempo revelar o que não sou, pois não sofri ao morrer, foi apenas mais um sonho sem nós, por isso é nosso sonho, sem que perca a alma, em sonhos perdidos por serem sonhados. Conduzi meus sonhos ao céu, por onde sempre me verão, por onde nunca vou morrer! As decepções me fizeram nascer como sol, para o renascer da vida.