Quando amo, eu amo. Quando não amo, não amo. A vida não consegue ser vida de alguém. Não existe vida, viver é ausência de mim, mas viver não é ausente, então não aprendi a viver. Não ignoro o que sinto, não ignoro o que não sinto. Como pode haver dois amores num único amor? O tempo não passa, vive. A permanência não permanece no tempo. A permanência é superficial, é um mar que se afoga em si mesmo. Permanência não é amor, é dúvida. Faz tempo que vivo, mas nada sinto pela vida. Meu sentir é permanência, sem a vida. Permanência no que compreendo, mas não permanência no que não posso compreender. Permanência é compreender a vida como se ela fosse vida, mas é apenas permanência.