A morte pulsa mais do que o meu amor. Mas pulsa em silêncio, para não incomodar a vida! O amor não é uma lembrança, é a realidade da vida, é vida que não necessita existir. A vontade não é o amor sentido, é o amor que permanece como vontade. Essa vontade já é um sentimento, mesmo em nada sentir. Estou apaixonada pela morte, somente assim não me sinto ausente das minhas poesias. A alma não inventou a emoção ausente, mas se fez de céu numa ausência do bem, é mais que emoção, é amor. A ausência me fez feliz, nos momentos de maior agonia, dor. Ela foi uma companhia, que morreu da minha dor. Não aceitei o fim da minha ausência. Tirar o sangue do meu corpo não mata minha alma. A ausência do corpo é o sangue que a alma quer eliminar. Sorrir e ter alma são a mesma coisa. Remendei a vida, com meu corpo, minhas lágrimas, minha dor. A dor não são apenas retalhos da vida, é o meu interior. A dor da alma descobre o mundo sem ela, se torna feliz, como se estivesse viva em mim. Minha única lembrança da alma é o amor. Se a alma pudesse ser o mundo, o mundo não duraria pela perfeição da alma, que é uma eternidade ainda com vida, ainda sem mim.